Casos de assédios moral e sexual no ambiente de
trabalho têm sido cada vez mais divulgados e debatidos por instituições e
sindicatos dos setores público e privado. Cartilhas são usadas como
ferramentas de esclarecimento contra as práticas que afetam os
trabalhadores. Nelas, as vítimas passam a conhecer os diversos tipos
assédios, as doenças provocadas e como elas podem se prevenir. O
material informativo também tem incentivado as pessoas a denunciar as
situações constrangedoras que passaram.
Andrea Lino Lopes, diretora da Coordenadoria Nacional de Promoção da
Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho
(Coordigualdade) do Ministério Público do Trabalho (MPT), que nos
últimos dois anos produziu duas publicações sobre o tema, conta que o
objetivo é inibir a prática de assédio. “O ideal é que a cartilha chegue
ao local de trabalho que ainda não esteja ‘contaminado’. É muito mais
fácil prevenir do que reprimir”, avalia.
SITUAÇÕES HUMILHANTES
A diretora da coordenadoria informa que o assédio moral caracteriza-se
pela exposição do trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras,
geralmente repetitivas e prolongadas. “Há casos que as vítimas
desenvolvem doenças gástricas, síndromes do pânico e, em situações mais
extremas, levam a pessoa a cometer até suicídio”, aponta.
Diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (Andes), Maria Suely Soares diz que o material ajuda a pessoa a
identificar quando está sendo assediada. “Há casos em que só depois de
ler a cartilha o trabalhador se vê na condição de vítima”, afirma a
diretora. “É importante saber que cobrar resultado de quem não tem
condições suficientes de trabalho é assédio moral”, avalia a
sindicalista.
Coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da
Universidade Federal Fluminense (Sintuff), Pedro Rosa conta que a
entidade começou a receber denúncias após um seminário, em setembro, e o
lançamento de uma revista sobre o assunto. “Nosso ideal é mapear e
quantificar os casos. O debate sobre o tema na UFF vem encorajando as
vítimas a denunciarem”, explica. “A nossa publicação aborda os aspectos
sociais, psicológicos e jurídicos”, assegura a secretária geral do
Sindicato dos Servidores Civis do Ministério da Defesa do Rio
(Sinfa-RJ), Arlene Carvalho.
IMPRIMA A CARTILHA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE ASSÉDIO MORAL NO ENDEREÇO:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Cartilhamoral.pdf
Fonte: O DIA
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