segunda-feira, 12 de março de 2012

Comissão de reforma do Código Penal não vai propor descriminalização do aborto



Relator-geral da comissão de juristas que foi criada para propôr mudanças (modernização) no Código de Penal, procurador regional da República Luiz Carlos Gonçalves, afirmou que não será colado em debate  a descriminalização do aborto, ampliando apenas as hipótses em que não haverá punição de penas para as mulheres que vieram a se submeter à prática. 

Em audiência pública no Senado convocada para analisar a relação da insegurança da população com as atuais leis penais em vigor no Brasil, Gonçalves disse que o debate na comissão está levando em consideração experiências de tribunais de outros países. "A proposta [em discussão] não descriminaliza o aborto. O mantêm como crime, tendo em vista a experiência de tribunais internacionais que entendem que o direito da mãe e do feto são contemplados constitucionalmente, mas leva em consideração a situação das mulheres que abortam", disse.

De acordo com o relator, a proposta em debate sugere, entre outros pontos, a descriminalização da antecipação do parto para fetos anencéfalos [sem partes do cérebro]. "Estamos propondo que não seja crime a antecipação do parto dos bebês que não tenham cérebro. Ninguém é a favor do aborto. A nossa discussão é saber em que medida quem o fizer será criminalizado. Não deliberamos nesse sentido, mas ampliamos as hipóteses em que não haverá sanções para quem fizer o aborto".

Gonçalves disse ainda que a proposta altera questões legais relacionadas ao crime de estupro, como a diferenciação entre estupro anal, vaginal e oral. A ideia é aumentar a pena de quem comete mais de um tipo de estupro. "Hoje, não há diferenciação".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...