O substituto do senador licenciado João Alberto (PMDB-MA) no Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar deve ser anunciado nesta segunda-feira
(9) pelo PMDB. A informação é da Assessoria de Imprensa do líder do
partido, Renan Calheiros (AL).
Com a licença de João Alberto, em setembro do ano passado, a
presidência do conselho ficou vaga. Desde então o colegiado conta apenas
com a figura do vice-presidente, senador Jayme Campos (DEM-MT), o que
tem dificultado uma resposta ao pedido de investigação feito pelo PSOL
com base nas denúncias contra o senador Demostenes Torres (sem
partido-GO).
Segundo a assessoria de Renan, o senador está fazendo consultas
informais aos integrantes da bancada, mas ainda não chegou a um nome
para o lugar de João Alberto. Na terça-feira (10), o conselho de ética
deve se reunir para discutir o caso Demóstenes, que pediu desligamento
do DEM nesta terça-feira (3), depois de o partido anunciar que abriria
processo para expulsá-lo da legenda.
Demóstenes é acusado de participar de um esquema de jogos ilegais,
como jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, comandado pelo empresário do
área de medicamentos Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em 29
de fevereiro no desenrolar da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Relatório da PF em poder da Procuradoria da República desde 2009
apresenta registros de diálogos telefônicos entre Demóstenes e
Cachoeira, nos quais o senador solicita recursos para o pagamento de
despesas pessoais e promete trabalhar pelos interesses do contraventor
no Congresso Nacional e na Justiça. Há ainda diálogo entre Cachoeira e
outros integrantes do esquema em que o nome do senador é mencionado como
beneficiário de recursos no valor de R$ 1 milhão.
Esses diálogos e outros fatos mencionados no relatório foram
considerados pelo DEM como indícios fortes da participação do
parlamentar nas atividades ilegais de Cachoeira. A peça elaborada pela
PF foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 27 de março com
um pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para
abertura de inquérito. No dia seguinte o pedido foi aceito pelo ministro
Ricardo Lewandowski, que ordenou a quebra do sigilo bancário do
senador.
Agência Senado
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